Cantinho da Alegria

Cantinho da Alegria

Texto extraído do Informativo do Lar “Jesus entre as crianças”, do ano de 2016.

Cantinho da Alegria
POR ODETTE CABRERA

Cornélio Pires nascido em Tietê Estado de S. Paulo aos 13 de julho de 1884 e desencarnado na capital paulista, a 17de fevereiro de 1958 foi jornalista, mestre contista, escritor, radialista, cinegrafista, poeta e folclorista. Muito amigo do povo interiorano, tornou-se grande humorista brasileiro.

Conheça alguns de seus belos versos:

Assunto entre Amigos

Em meio da luta humana

De nossa terrestre escola,

A confidência entre amigos

Anima, ampara, consola.

Mas a fofoca meu caro,

No lugar onde se ajeita,

Pelo conceito de agora

É sempre a intriga perfeita.

Se a vemos do Além? De certo.

É uma sombra indefinida

Que se enrola ou se distende,

Lançando estragos à vida.

Faz-se garra, pedra, nuvem…

Faz-se monstro ou veneninho…

Em muita perturbação,

Fofoca vive em caminho…

Você conhece de sobra

As lutas do leva-e-traz,

Notemos algumas delas

Em nossa busca de paz.

Lilía da Conceição

Exagerava o que via;

Temos três lares em guerra,

Por fofoca de Lilía.

Ouvindo a nora sem vê-la,

Falando a um gato do Enoque,

O sogro fez a malícia,

O filho morreu de choque.

Havia um Centro de Amparo

No sítio do João Vilhena.

Quando a fofoca surgiu,

A obra saiu de cena.

Recorde o Grupo das Preces!…

Intriga de Aninha Rosa,

Destruiu a confiança,

Pôs o grupo em polvorosa.

Tião servia… Era médium

No Centro de Irmã Clarissa.

Fofoca envolveu Tião,

Tião morreu na preguiça.

Lembre a Casa da Bondade!…

Fofoca entrou em função,

Acabou-se a caridade

Começou a confusão.

Ana orava e dava passes

No Grupo da Irmã Josefa.

A fofoca apareceu,

Ana deixou a tarefa.

Joel era pregador

No Templo do Irmão Nazario,

A fofoca trabalhou,

Lá se foi o missionário.

Só se falava de Deus

No Grupo do Irmão José.

A fofoca deu de cima,

O povo perdeu a Fé.

Caíam bênçãos e luzes,

No Grupo da Irmã Zozora.

Fofoca falou em fraude,

O Grupo morreu na hora.

Onde fofoca se instala,

O remate é sempre assim:

Desconfiança aparece,

A união tomba no fim.

Se você quer trabalhar

No alto dever do Bem,

Perdõe, ampare, auxilie…

Não pense mal de ninguém.

Silêncio e prece – eis a dupla

Que fofoca não desata…

Guarde essa dupla consigo,

Que fofoca também mata.

Silêncio e prece – eis a dupla

Que fofoca não desata…

Guarde essa dupla consigo,

Que fofoca também mata.